O livro didático Diálogos na EJA – Alfabetização está organizado em oito capítulos que intercalam o trabalho com Língua Portuguesa e Matemática. Cada capítulo foi construído com base em temáticas abrangentes, que trazem problemáticas contextualizadas e pertinentes ao público da Educação de Jovens e Adultos, a EJA. A ideia é que os(as) educadores(as) possam explorar os temas em relação à realidade dos(as) estudantes. Serão explorados conhecimentos, dúvidas e ensejos durante o desenvolvimento das atividades.
O componente curricular da Língua Portuguesa organiza-se com base em uma concepção de linguagem (e de língua) como modo de interação entre sujeitos, construída ao longo da história, com base em suas necessidades. A língua, portanto, é mais do que um conjunto de estruturas e regras: concretiza-se em práticas sociais, é parte de nossas identidades e nos permite elaborar visões de mundo.
O conhecimento matemático desenvolvido por estudantes não escolarizados(as) é de natureza prática e tem como característica marcante a eficiência para resolver alguns problemas em contextos específicos. Na maioria das vezes, esses conhecimentos não precisam ser explicados verbalmente, nem ser registrados graficamente, tampouco generalizados, pois estão sempre vinculados a uma situação particular. Assim, são construídos a partir da necessidade de resolver uma situação prática e cotidiana, como identificar preços de produtos, fazer cálculos de troco, estimar medidas etc.
O título Diálogos na EJA reflete a inspiração freiriana que orienta o trabalho pedagógico voltado às pessoas jovens, adultas e idosas. Para Paulo Freire, o diálogo é mais do que uma técnica de ensino: é o próprio caminho da emancipação e da construção da autonomia. Nessa perspectiva, dialogar é integrar-se criticamente ao mundo, questionar o que parece dado e reconstruir o conhecimento coletivamente. Logo, a obra Diálogos na EJA procura estimular o constante diálogo entre os(as) estudantes, tendo a heterogeneidade como caminho para a ampliação do trabalho pedagógico.
A proposta da Coleção também é adequada às necessidades de aprendizagem e de atendimento desses(as) cidadãos(ãs), considerando a educação como direito humano, de modo a garantir a equidade e a qualidade da aprendizagem. Desse modo, nosso foco no diálogo também se relaciona com a valorização do pensamento crítico.
